Privatizar a Petrobras não seria bom para o Brasil e nem para os brasileiros.
Não há motivos para vender uma companhia que teve lucro líquido de R$ 25,8 bilhões em 2018 e de R$ 40,1 bilhões em 2019.
No entanto, há uma velha tática de governos quando querem entregar patrimônio público nas mãos da iniciativa privada: sucatear.
Funciona assim: o governo deixa de fazer investimentos importantes e isso piora o desempenho da empresa estatal. Assim, surge a desculpa de que ela não consegue mais ser gerida pelo governo de forma eficiente e precisa ser vendida o mais rápido possível.
É uma forma de enganar a população.
No caso do Sistema Petrobras, o Governo quer se desfazer da ferramenta que é passaporte para um Brasil melhor no futuro. Mas por quê?
Nesse tipo de processo, algumas pessoas envolvidas ganham muito dinheiro, na casa dos milhões. Não são só os que compram a empresa, pois esse retorno vem a longo prazo. Estamos falando de quem participa da venda (políticos, governantes, ministros etc).
Isso já aconteceu na década de 1990, quando o governo FHC privatizou grandes empresas estatais a preços muito abaixo do valor de mercado. A Vale, por exemplo, foi vendida por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto a estimativa era de que suas reservas valiam R$ 100 bilhões na época.
Com a Petrobras há também o Pré-Sal, que o Governo quer entregar para as empresas estrangeiras. O valor do petróleo abaixo da camada salina do fundo do mar (daí o nome) é estimado em US$ 10 trilhões (aproximadamente R$ 57 trilhões, pela cotação do dólar em maio de 2020).
Seria como pegar uma casa nova em uma área valorizada, depredá-la, não fazer a manutenção do terreno, e aí vende-la por um preço bem baixo.
Por isso há um grande sucateamento e desinvestimento na Petrobras, que tem gerado a venda de algumas subsidiárias (como a BR Distribuidora) e aponta para a tentativa de venda de refinarias.
Essa lógica também não faz sentido, pois foi justamente o refino que trouxe os maiores lucros brutos da companhia, segundo relatório do primeiro trimestre de 2019.
O refino é também setor estratégico para a soberania, o que mais emprega pessoas e exige mais tecnologia.
Quem perde?
– A Petrobras é líder nacional em projetos educacionais. Nenhuma empresa investe mais em educação do que ela. Logo, perde a Educação.
– A empresa é a maior pagadora de impostos do Brasil. Só em 2019 foram R$ 246 bilhões pagos à União (Governo Federal), estados e municípios. Muitas cidades faliriam sem a estatal.
– São mais de 60 mil empregos diretos e milhões de empregos indiretos. Grande parte dos trabalhadores seria demitida e a economia de suas cidades sofreria. Aumentaria o desemprego no país.
– A Petrobras investe milhões em projetos culturais em todo o país. Perde também a cultura.
– Recursos da estatal são investidos em projetos de combate às queimadas na Amazônia. Assim, perde o meio ambiente (o que afeta toda a população).
– A Petrobras tem tecnologia para conter desastres em alto mar. A proteção ambiental seria enfraquecida.
– A Petrobras é fonte de desenvolvimento econômico e social e o setor de óleo e gás chegou a ser responsável por 13% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todas as riquezas do país). Logo, perde o Brasil e todos os brasileiros.
– Com a privatização, os lucros iriam diretamente para os países de origem da empresa compradora e deixariam de ser aplicados em benefício do povo brasileiro.
É por isso que a Petrobras precisa continuar sendo estatal. Assim, ela mantém seu compromisso com o Brasil e continua contribuindo para o desenvolvimento social e econômico do país.