Em um mundo pós-pandemia do novo Coronavírus, como serão os padrões de produção, circulação e consumo?
No setor de energia, já se percebe um profundo abalo pela crise sanitária, seja pela redução dos fluxos de comércio, transporte e pessoas, seja pelo esfriamento das atividades econômicas.
Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) apontam que houve queda de 25% na demanda de energia nos países que estão em isolamento social integral, e de 18% no consumo energético nos países que estão em distanciamento social parcial.
A boa notícia é que as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) caíram 8%!
Energias renováveis
Dado o lento restabelecimento econômico, estima-se que, em todo o planeta, a geração de energia à carvão será reduzida em 10%, enquanto as fontes de energia renovável poderão crescer 40%. Possivelmente, elas atingirão picos de produção e distribuição – especialmente a solar e a eólica.
Indústria petrolífera
Engana-se quem conclui que não haverá espaço para as petroleiras!
Sim: uma nova matriz energética é mundialmente almejada. Mas, ela será impraticável se não levar em conta o papel estratégico da indústria petrolífera – um dos setores que mais investe em fontes de energia limpa.
Aliás, a indústria petrolífera é uma grande produtora de gás natural, um recurso com menor potencial poluente (em comparação ao petróleo) e, portanto, essencial para a transição energética.
Comprometimento x Covid-19
Em maio de 2020, diversos líderes da indústria petrolífera apoiaram a Iniciativa Climática do Setor de Óleo e Gás (OGCI). Em carta aberta, comprometeram-se a: agilizar esforços para diminuir a emissão de CO2, investir em soluções de baixo carbono, e respaldar políticas governamentais de transição energética.
Contudo, no mesmo mês, a pandemia reduziu em 20% os gastos do setor de energia (cerca de US$ 400 bilhões). Só a indústria petrolífera responde por 60% dessa queda, indicando que ao menos 10% do investimento em projetos de energias renováveis também caia.
Empresas integradas
Com a queda histórica no preço do barril de petróleo, as petroleiras que atuam em apenas um segmento da indústria precisaram se ajustar financeira e operacionalmente. Em seus países, elas vêm sofrendo com a baixa demanda e possivelmente não poderão integrar o esforço global pelo desenvolvimento energético sustentável.
Já as empresas integradas, que combinam atividades de extração, refino, distribuição, comercialização e a busca por energias menos poluentes têm aproveitado melhor as novas oportunidades, foram menos impactadas pela crise, e já estão alcançando posição central neste futuro mundo pós-pandemia!
Diante de tantas mudanças, a Petrobras não pode se distanciar se seu papel estratégico para o Brasil. Ela precisa continuar integrada, diversificando sua atuação e atuando nas diferentes áreas da indústria petrolífera e do setor energético.
Só assim ela continuará figurando entre as maiores do mundo e, ao mesmo tempo, manterá seu papel central para o desenvolvimento do nosso país.